Em Lisboa, Conass participa do Seminário Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários 

Seminário Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários  

Em Lisboa, Portugal, teve início ontem (20), o “Seminário Internacional Cuidados de Saúde Primários nos Estados-membros da CPLP”, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O evento é uma iniciativa da Comissão Temática de Saúde e Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP, coordenada pelo Conass, e tem como objetivo debater estratégias para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde nos países que compõem a Comunidade. “O encontro representa uma oportunidade para profissionais de saúde e gestores dos países lusófonos partilharem experiências, discutirem desafios comuns e explorarem soluções inovadoras no âmbito dos cuidados de saúde primários”, disse o secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa.

Para Zacarias a escolha do tema reflete a importância crescente atribuída à atenção primária como pilar fundamental dos sistemas de saúde, especialmente em contextos de recursos limitados. “Aqui podemos reafirmar a importância política dos cuidados primários de saúde e a necessidade de se redobrar esforços para conseguir avanços consistentes no caminho da cobertura universal de saúde”, reforçou. Segundo ele, isso só será possível com o reforço do diálogo multilateral, dando voz a todos os atores internacionais que integram essas estruturas.

O coordenador técnico e assessor para relações internacionais do Conass, Fernando Cupertino, ressaltou a importância de criar eventos como este para dividir as experiências e políticas de saúde que promovem a saúde no âmbito primário. Para ele, pensar em cuidados primários é pensar em um cuidado para todos. “Quando se trata de cuidados de saúde primário incluídos no Plano Estratégico de Cooperação em Saúde -PECS, é preciso não enxergar como cuidados para pobres, e sim, como cuidado que devem estar à disposição de todos os cidadãos”, disse.

Outros pontos abordados por Cupertino foram os desafios que estão postos quando se trata dessa temática que, segundo ele, estão ligados ao papel que os cuidados primários representam. “Talvez um dos grandes desafios que todos nós temos que enfrentar é o da desigualdade. Sem vencer isso teremos grandes dificuldades em todas as áreas, não só da saúde”, disse.

Fernando disse ainda que é preciso somar esforços para que possamos mudar as coisas. “Temos muito a aprender com a experiência de outras nações. É preciso buscar um patamar em que possamos atingir a equidade, ou seja, de sermos capazes de tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas desigualdades, o que significa dar mais a quem mais precisa”, concluiu.

Planificação da Atenção à Saúde

Para debater e falar sobre a organização dos processos de trabalho das unidades de saúde que promove a integração das Redes de Atenção à Saúde (RAS), a assessora técnica do Conass, Maria José Evangelista, falou da Planificação da Atenção à Saúde, que é um instrumento de gestão e organização da Atenção Primária, Ambulatorial, Especializada e Hospitalar, integradas nas RAS.

Evangelista explicou que em sistemas fragmentados, onde os serviços de saúde operam isoladamente, a falta de coordenação entre diferentes níveis de atendimento resulta em duplicação de esforços, diagnósticos tardios e tratamentos inadequados. “Isso não só compromete a saúde dos indivíduos, mas também gera insatisfação e desconfiança no sistema de saúde”, pontuou. 

Segundo ela, com os sistemas organizados em Redes de atenção, os serviços são interconectados, facilitando o fluxo de informações e a continuidade do cuidado. “Os pacientes têm acesso a um leque mais amplo de serviços, desde a prevenção até a reabilitação, com suporte adequado em cada etapa do processo”, comentou. Ela mostrou que este modelo de organização não apenas melhora a acessibilidade e a qualidade do atendimento, mas também fortalece o relacionamento entre os profissionais de saúde e os usuários, resultando em melhores avanços e satisfação geral. “O modelo de atenção à saúde organizado em Redes garante que todos tenham acesso ao cuidado certo, no momento certo, de forma contínua e eficiente. É assim que construímos um sistema de saúde mais forte e justo para todos”, finalizou.

Ainda no primeiro dia, o professor Paulo Ferrinho, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Universidade Nova de Lisboa, e o Fernando Regateiro, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, também falaram da importância da Atenção Primária.

Confira: https://www.youtube.com/live/p5aIuEUad5o

Assessoria de Comunicação do Conass