Busca ativa e tratamento de hanseníase e verminoses nas escolas: 89% dos estados já iniciaram campanha

Mais de nove milhões de crianças e jovens em idade escolar serão beneficiados

Prossegue, em todo o Brasil, a campanha do Ministério da Saúde “Hanseníase, verminoses e tracoma têm cura. Faça essa lição de casa e proteja-se”. Como objetivos, o diagnóstico precoce e o tratamento de hanseníase, verminoses e tracoma em crianças e jovens em idade escolar. Mais de nove milhões de estudantes do ensino fundamental da rede pública serão beneficiados com a ação, feita em parceria com estados e municípios. O objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e, com isso, diminuir a ocorrência destas doenças no país. Até o momento, 24 estados já iniciaram a campanha, o que significa 89% das 27 unidades federativas.

Nas escolas, são realizadas ações de educação em saúde, busca ativa de casos de hanseníase e tracoma e tratamento quimioprofilático para verminoses. Os casos suspeitos de hanseníase e tracoma são encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e início imediato do tratamento. A campanha atende a alunos em aproximadamente 60 mil escolas da rede pública de ensino, localizadas em 1.227 municípios de todas as unidades da Federação.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a campanha é importante porque consegue atingir não só os escolares, mas também as pessoas que convivem com eles. “A busca ativa de hanseníase nas escolas, associada às ações de educação em saúde, motiva as crianças a envolver os familiares e a comunidade na divulgação dos sinais e sintomas da doença, o que favorece o diagnóstico precoce, tratamento e a consequente eliminação da doença como problema de saúde pública”, destaca Chioro.

A campanha pretende reduzir também os casos de verminoses (parasitas intestinais que podem causar anemia, dor abdominal e diarreia). Estes parasitas, quando presentes, prejudicam o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. O tratamento, feito por meio do medicamento Albendazol em dose única, é realizado por profissionais de saúde nas escolas, após consentimento de pais ou responsáveis.

Para o tracoma, doença inflamatória dos olhos causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que afeta a córnea e a conjuntiva, também ocorre busca ativa associada a ações de educação em saúde e tratamento dos casos encontrados e seus contatos domiciliares.

HANSENÍASE – Com relação à hanseníase, a identificação dos casos é realizada por meio do formulário de autoimagem, com perguntas sobre sinais e sintomas da doença e se há ocorrência de algum caso na família.  Este formulário deve ser preenchido pelos pais ou responsáveis, com a ajuda dos alunos, e devolvido em seguida à escola. Os escolares que apresentarem sinais sugestivos da doença serão encaminhados para avaliação nas unidades básicas de saúde e, se confirmado o diagnóstico, o estudante receberá tratamento gratuito e seus familiares deverão ser examinados.

Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, é de fundamental importância que, ao aparecimento de manchas de qualquer cor e em qualquer parte do corpo, as pessoas procurem o serviço de saúde, principalmente se as manchas tiverem alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, ou seja, se forem dormentes. “A hanseníase tem cura. Quando a pessoa começa o tratamento, a transmissão da doença é interrompida quase que imediatamente. Mas é imprescindível que os familiares sejam examinados”, alerta o secretário.

Nos últimos dez anos a taxa de prevalência de hanseníase (pacientes em tratamento) caiu 69%, passando de 4,52, em 2003, para 1,42 por 10 mil habitantes em 2013. A queda é resultado das ações de combate à doença, intensificadas nos últimos anos.

O Brasil registrou 31.044 casos novos da doença em 2013. Nove estados já alcançaram a taxa de eliminação como problema de saúde pública (menos de 01 caso por 10 mil habitantes): Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas e Rio Grande do Norte.

O Ministério da Saúde repassa, regularmente, a estados e municípios recursos para as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças, inclusive para a hanseníase, por meio do Piso Fixo de Vigilância em Saúde. Para 2014, esses recursos totalizaram R$ 1,2 bilhão. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza medicamentos gratuitos para o tratamento e capacita os profissionais de saúde para o atendimento.

A hanseníase é transmitida de pessoa a pessoa quando existe contato com o doente sem tratamento. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio. O tratamento é gratuito e eficaz, com duração de seis meses a um ano.

VERMINOSES – A infecção por geo-helmintos ocorre normalmente em áreas com precárias condições de vida e em municípios que detêm baixos índices de desenvolvimento humano (IDHs). Entre 1995 e 2012, foram detectados, em média, 114.020 indivíduos com Ascaris lumbricoides, 72.113 com ancilostomídeos e 47.663 com T. trichiuria.

TRACOMA – Apesar da diminuição acentuada dos casos de tracoma no país, a doença continua a existir, acometendo principalmente as populações mais carentes e desassistidas. Os últimos estudos revelaram que a doença está presente em praticamente todo o território nacional, embora a média do percentual de casos tenha se mantido em torno de 5%. Em 2013 foram realizados 371,3 mil exames e detectados 15.690 casos positivos, com taxa de positividade média de 4,2%, em um total de 403 municípios.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde – ASCOM/MS
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