Dia 8 de junho começa a campanha de vacinação contra a pólio

Com a meta de vacinar mais de 12 milhões de crianças e crianças de 6 meses a menores de 5 anos com a dose oral, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite começa no próximo sábado (8) e será encerrada no dia 21 de junho.

Para realizar a distribuição da 19,4 milhões de doses da vacina oral, o Ministério da Saúde investiu R$ 32,3 milhões em repasses do Fundo Nacional de Saúde para os estados e municípios, sendo destinados R$ 13,7 milhões para aquisição das vacinas. Serão 115 mil postos abertos em todo o país para a vacinação e cerca de 350 mil pessoas estarão envolvidas na realização da campanha.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, lembrou que no ano passado foram vacinadas mais de 14 milhões de crianças, o que representou 99% do público alvo. Segundo ele, desde 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa exclusiva da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, no mês de junho. “No ano passado, todas as crianças até cinco anos incompletos participavam da campanha”, disse.

Barbosa alertou também que neste ano o público alvo da campanha da vacina oral são as crianças a partir de 6 meses, pois as crianças menores já estão sendo imunizadas com a dose injetável – introduzida no calendário básico de vacinação no segundo semestre de 2012. “Essa vacinação oral é extremamente importante para conseguirmos alcançar a eliminação global da poliomielite. Além do risco de pessoas virem de países onde tem transmissão, já foi observado, em países das Américas que começaram a acumular baixa cobertura vacinal, que isso termina favorecendo a circulação de vírus que produziram casos de pólio”, falou.

O ministro da Saúde Alexandre Padilha reforçou a importância dos pais não se esquecerem de levar a caderneta de vacinação dos filhos para que o profissional de saúde possa avaliar a situação vacinal da criança.  “Além da proteção contra a pólio, à campanha contribui para atualização do calendário de vacinação. Caso esteja faltando alguma vacina, os pais podem programar junto com o posto de saúde a melhor data para a criança tomar as doses que estão faltando”, explicou.

De acordo com o cronograma do calendário básico de vacinação, a criança recebe as duas primeiras doses – aos dois e aos quatro meses – do esquema com a vacina inativada poliomielite (a VIP), de forma injetável. Já a terceira dose (aos seis meses) e o reforço (aos 15 meses) continuam com a vacina oral (a VOP).

Calendário básico de vacinação

Esquema sequencial para crianças que iniciam a vacinação contra a poliomielite

Idade

Qual a vacina

2 meses

Vacina inativada poliomielite – VIP (injetável)

4 meses

VIP

6 meses

Vacina oral poliomielite (atenuada) – VOP (oral)

15 meses

VOP (reforço)

POLIOMIELITE NO MUNDO – Apesar de não haver registro de casos de pólio no país, os profissionais de saúde estão em alerta sobre a necessidade de notificação e investigação de todo caso suspeito de pessoas procedentes de países com circulação da doença. De acordo com a OMS, entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença. A maioria é decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos (Afeganistão, Nigéria e Paquistão) ou de países que restabeleceram a transmissão (Angola, Chade, República do Congo).

Em 2012, foram registrados 223 casos, sendo que 217 (97,3%) foram nos países endêmicos e 6 (2,7%) nos não endêmicos. É uma redução de 36,9% no número de casos de poliomielite no mundo, quando comparado ao mesmo período de 2011 (604 casos). No ano de 2013, até o dia 22 de maio, foram registrados 32 casos, sendo 8 no Paquistão, 22 na Nigéria e 2 no Afeganistão.

A DOENÇA –A poliomielite é uma doença viral, causada por poliovírus e subdivide-se em três sorotipos (1, 2 e 3). É altamente contagiosa, e afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas da doença (febre, fadiga, cefaleia, vômitos, rigidez no pescoço e dores nos membros), mas excretam o vírus em suas fezes, portanto, podem transmitir a infecção para outras pessoas.

Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local, favorecem a transmissão. O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.

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Karina Zambrana – ASCOM/MS

Luiza Tiné Ascom/CONASS com informações do Ministério da Saúde