Curso da pandemia nas Américas permanece “altamente incerto”, mostra atualização da OPAS sobre COVID-19

A supressão da COVID-19 na região continuará exigindo uma resposta integral, ressalta relatório de atualização da pandemia00

O curso da pandemia de COVID-19 nas Américas permanece “altamente incerto”, de acordo com uma atualização sobre a pandemia apresentada aos delegados das Américas que participam da 59ª reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O aumento de casos no primeiro semestre de 2021, aliado à escassez de vacinas e hesitação à vacinação, continuam sendo um desafio para conter a propagação da doença na região.

O relatório de 28 páginas delineou a resposta da OPAS à pandemia desde que o primeiro caso foi detectado nas Américas, em janeiro de 2020. Até o momento, a região continua a ser a mais atingida, com mais 88 milhões de casos confirmados e mais de 2 milhões de mortes.

O relatório observou que a supressão da COVID-19 nas Américas continuará exigindo uma resposta integral, com capacidade sustentada da rede de serviços de saúde, medidas sociais e de saúde pública, ações de vacinação específicas e operações de controle de surtos, como a detecção precoce, investigação e isolamento de casos, assim como o rastreamento e a quarentena dos contatos.

Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, disse aos delegados que “estamos na luta de nossas vidas contra o vírus SARS-CoV-2. Precisamos ter certeza de que venceremos.” Ela acrescentou que os recursos financeiros para combater a COVID-19 podem ser menores no próximo ano. “Não sairemos desta pandemia sem solidariedade”, disse.

A disponibilidade de vacinas contra a COVID-19 continua limitada, de acordo com o relatório, e muitos países da América Latina e do Caribe enfrentam desigualdades no acesso a elas. Ao mesmo tempo, a hesitação da população pode retardar ainda mais a vacinação ou impedir que todos os benefícios da imunização sejam realizados.

Ciro Ugarte, diretor de Emergências em Saúde da OPAS, apresentou informações atualizadas sobre as ações de resposta da Organização. Desde janeiro de 2020, a OPAS forneceu aos países cerca de 21,5 milhões de testes de PCR para COVID-19, junto com 7,3 milhões de testes de diagnóstico rápido e equipamento de proteção individual (EPI) para 35 países, incluindo 42 milhões de máscaras.

Ugarte afirmou ainda que a entidade “ministrou 279 formações sobre exames, seguimento, cuidados e outros temas, além de publicar 171 orientações técnicas” para o enfrentamento da doença.

Equipes médicas de emergência coordenadas pela OPAS ajudaram vários países na resposta, acrescentou Ugarte, fornecendo, além de atenção e cuidados médicos, mais de 14 mil leitos hospitalares adicionais, incluindo 1.477 leitos de terapia intensiva.

“A OPAS continuará apoiando os países no desenvolvimento e adaptação de estratégias para garantir a continuidade dos programas e serviços de saúde prioritários, ao mesmo tempo em que responde à COVID-19”, acrescentou.

Entre os principais desafios para o futuro, destacou o diretor de Emergências em Saúde da OPAS, estão a manutenção dos serviços essenciais de saúde, o fornecimento de vacinas aos grupos prioritários, a adaptação e ampliação da vigilância epidemiológica, o aprimoramento do manejo dos casos clínicos e a prevenção e controle da infecção nos centros de saúde, bem como a obtenção de recursos adicionais para compra de vacinas, equipamentos de proteção individual e materiais de diagnóstico.

Entre as lições aprendidas, Ugarte enfatizou a necessidade de que “medidas sociais e de saúde pública continuem mesmo quando houver cobertura vacinal aceitável” e que o planejamento constante para que os serviços de saúde “possam responder durante surtos de COVID-19” continua a ser essencial a médio e longo prazo.

Fonte: OPAS/OMS