Agosto Branco defende diagnóstico precoce do câncer de pulmão

Estratégia de rastreio aumenta as chances de cura da doença

Mesmo com a diminuição dos casos desde meados da década de 1980, devido às mudanças de hábito e cessação do tabagismo, o câncer de pulmão continua sendo o mais letal do mundo. Ele também é o primeiro no planeta em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2023, o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres (14.540 casos novos), sem contar o câncer de pele não melanoma.

Neste mês, a campanha do Agosto Branco alerta para a necessidade de cessar o tabagismo – principal causa do câncer de pulmão – e de um diagnóstico precoce da doença, quando o tratamento cirúrgico é eficiente no controle da doença.

Infelizmente, somente cerca de 20% dos casos de câncer de pulmão são passíveis de tratamento cirúrgico. A grande maioria, entre 80% e 90% dos casos, não pode ser operado por causa da extensão da doença, já descoberta em estágio avançado, ou da condição clínica do paciente.

A doença é silenciosa e não apresenta sintomas nas fases iniciais. Os sinais, como tosse persistente e com sangue, dor no peito, rouquidão e perda rápida de peso, só costumam aparecer em casos mais graves.

O médico Davi de Castro, cirurgião torácico do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), alerta para um aliado importante no diagnóstico precoce do câncer de pulmão: o rastreio com tomografia de baixa dose de radiação.

“Pessoas com mais de 50 anos, que fumam ou fumaram bastante (pelo menos 20 maços/ano), e pararam nos últimos 15 anos, possuem um risco aumentado para o câncer de pulmão e devem considerar a realização de tomografia computadorizada de tórax de baixa dose para o rastreio anual da doença”, afirma.

De acordo com o médico, a prevenção é a melhor forma de evitar a doença. E a medida mais eficaz é cessar o tabagismo, responsável de 85% a 90% de todos os casos. “O câncer de pulmão tem cura. Quando descoberto em fases iniciais, conseguimos otimizar as chances do paciente ter a doença extirpada”,  completa.

Fonte: SES/PE