
Mato Grosso do Sul recebeu nesta quarta-feira (10), autoridades do governo, do Ministério da Saúde, do Conass e da Opas/OMS para o 1º Workshop Construir Inteligência Gestora pelas Análises de Dados, cujo objetivo é realizar uma articulação entre as secretarias do estado para a troca de experiências no desenvolvimento de Centros de Inteligências Estaduais. O Conass, por meio do Centro de Inteligência Estratégia para a Gestão Estadual (Cieges), atua como articulador e facilitador neste processo, em que o estado é pioneiro.
O secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, destacou que uma das suas principais missões frente à Secretaria Estadual de Mato Grosso do Sul (SES), era justamente a construção de um painel de inteligência com um conjunto de informações que dessem ao gestor a oportunidade de ações céleres para a saúde. “Quanto mais nos anteciparmos aos fatos, mais chances de sucesso teremos na tomada de decisão”, disse logo após assinar o Termo de Cooperação Técnica celebrado entre a SES/MS e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Simões, esta iniciativa permitirá que os agentes de saúde utilizem aplicativos com informações reais do IBGE, possibilitando o mapeamento de todas as necessidades da população, sejam elas da saúde ou da assistência social.
O presidente do Conass, secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, lembrou que a importância da informação para a tomada de decisão já é algo debatido há anos pelos gestores de saúde, mas, com a pandemia, tornou-se uma necessidade mais latente. Ele citou iniciativas do Conselho, como a construção do Painel Covid-19 e o painel de monitoramento do abastecimento nacional de medicamentos de interesse ao enfrentamento à Covid-19. “Nós tivemos que enfrentar esse problema rapidamente e o Conass, a partir daquele momento, teve que se reinventar para compilar esses dados”, ressaltou.
Baccheretti celebrou o pioneirismo de Mato Grosso do Sul neste processo de integrar e reunir informações de diversas áreas em um Centro de Inteligência Gestora. “O papel do Conass é coordenar a implementação e ser um facilitador nesse processo para que consigamos oferecer ao gestor estadual a capacidade de ações efetivas e claro, termos futuramente, uma integração nacional entre os estados”.

Já o diretor do Departamento de Inteligência e Evidências para Ação em Saúde da Organização Pan-Americna da Saúde (Opas/OMS), Sebastian Garcia Saiso, observou que o tema é de grande relevância para a saúde pública em todo o mundo. “O uso de evidências para a tomada de decisões é um dos pilares mais importantes para a construção de políticas públicas e suas implementações, sendo um fator crítico para o sucesso de qualquer intervenção, particularmente na saúde”.
Para Garcia, a construção de inteligência gerencial por meio de análises de dados é peça chave para enfrentar os desafios de saúde e propor a construção de sistemas de saúde resistentes e modernos.
Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS), reafirmou o apoio da pasta à iniciativa e afirmou ser necessário reconhecer o papel dos estados que, junto com a União, podem oferecer uma liderança dupla em apoio aos municípios para que estes se modernizem e alcancem melhores performances no Sistema Único de Saúde (SUS). “Tudo que for realizado em Mato Grosso do Sul, dará exemplo a todos os estados e pode capitanear uma onda que levará outros estados a esse processo. Para transformar o SUS em um sistema de alta performance não é possível sem que haja uma aceleração digital e sem o domínio de todos os dados que se produzem no sistema”.
Para o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, durante a pandemia ficou claro a necessidade de tomar decisões através dos dados e da ciência. “Fomos incumbidos de conduzir um programa durante a pandemia para que pudesse entender o que estava acontecendo e tentar novos rumos”. Ele explicou que foi necessário buscar alternativas que não estavam nos manuais e nos protocolos, mas que foramconstruídas. ” Só podemos construir com inteligência, com ciência e com tecnologia da informação. E não estamos falando só de dados, mas do conhecimento do que temos que fazer com essas informações, usando a inteligência artificial, o cruzamento de dados e a aceleração digital”, destacou.
Neste primeiro dia do evento os participantes assistiram a palestras que abordaram a importância da visão multidisciplinar para a tomada de decisão e a utilização de dados como ferramenta de gestão na Saúde. As secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Educação, de Assistência Social e a Defesa Civil apresentaram experiências no uso de dados para apoio à gestão.
O workshop, que está sendo transmitido ao vivo pelo canal Telessaúde Brasil Redes Mato Grosso do Sul, continua na quinta-feira (11), com debates sobre como a saúde pode ajudar outras áreas no uso do dado para a melhoria das políticas públicas, sobre os desafios para a construção de inteligência no SUS e sobre os avanços e desafios para a gestão.
Assista no vídeo abaixo, o primeiro dia do encontro.
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