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Câmara Técnica do Conass de Qualidade no Cuidado e Segurança do Paciente realizou o encontro com o tema voltado para a segurança na atenção obstétrica e neonatal. O encontro, que foi organizado pelo Grupo de Trabalho 10 Parto Seguro, reuniu gestores, profissionais de saúde, especialistas e parceiros institucionais de diferentes regiões do País.
O objetivofoi promover a troca de experiências, discutir evidências científicas e alinhar estratégias capazes de reduzir a mortalidade materna e neonatal, além de fortalecer processos de trabalho e consolidar práticas seguras nas maternidades brasileiras.
A assessora técnica do Conass e coordenadora da Câmara Técnica, Carla Ulhoa, ressaltou a importância do encontro como espaço de cooperação e construção conjunta. “Este é um espaço fundamental para refletirmos, trocarmos experiências e debater estratégias que impactam diretamente na redução da mortalidade materna e neonatal”, afirmou.
Cláudia Mello, secretária de Saúde do Rio de Janeiro, destacou a relevância do tema em debate e chamou atenção para o cenário demográfico do País, marcado pela queda da fecundidade e pelo envelhecimento populacional. “Esse cenário nos impõe desafios significativos, que vão desde o adiamento da primeira gestação até o impacto econômico e estrutural sobre nossas maternidades. Precisamos refletir sobre como manter a sustentabilidade da rede e projetar o futuro da pediatria, ginecologia, obstetrícia e psiquiatria diante do interesse das novas gerações de profissionais”, comentou.
Cláudia lembrou ainda que a taxa de fecundidade é mais elevada entre os povos indígenas, o que traz novas perspectivas para o planejamento em saúde. “O papel do Conass é justamente pensar o Brasil como um todo, buscando caminhos para enfrentar esses desafios”, reforçou.
Para a assessora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência do Ministério da Saúde, Thatiane Torres, a redução da mortalidade materna, neonatal e infantil segue como prioridade. Segundo ela, o componente neonatal ocupa papel central na agenda de segurança do paciente. “Este ano discutiremos ações específicas para as unidades neonatais, fundamentais na redução da mortalidade. Além disso, estamos avançando com a construção de planos de ação regionais e a consolidação da Rede Aline, fortalecendo os processos de trabalho como estratégia essencial para melhores resultados”, explicou.
Torres também falou da iniciativa do ministério de qualificação de maternidades. “Foram selecionadas 75 unidades em todo o país, responsáveis por 27% dos óbitos maternos e 21% dos nascimentos. A meta é aprimorar a qualidade da assistência e garantir segurança a mulheres e recém-nascidos”, falou.
O encontro reforçou a importância da articulação entre gestores, profissionais e instituições parceiras para transformar evidências em práticas efetivas, com impacto direto na qualidade do cuidado. As discussões e propostas apresentadas servirão de base para orientar as políticas públicas voltadas à saúde materna e neonatal nos próximos anos.