Ciência de dados, inteligência artificial, Big Data. Em um primeiro momento esses termos podem parecer mais relacionados ao mundo corporativo e distantes da realidade do setor público e mais ainda da gestão estadual de saúde.
Mas essa realidade está mudando e a Ciência de Dados e o Big Data (gestão de grandes volumes de dados) já são estratégias que estão sendo utilizadas pelos gestores estaduais para auxiliar a tomada de decisão e nortear as ações estratégicas no Sistema Único de Saúde (SUS).
E foi exatamente sobre tecnologia, sistematização, disponibilização e análise de dados que a Câmara Técnica de Informação e Informática em Saúde do Conass, coordenada pelo assessor técnico do Conass, Nereu Henrique Mansano, debruçou-se na reunião desta quinta-feira (19/5).
Com mais de 40 participantes, a reunião contou com a participação do presidente do Conass, Nésio Fernandes e do secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso.
Sobre a questão da gestão estadual do SUS e os desafios da produção, manipulação e disseminação de dados e informações, Nésio Fernandes chamou a atenção para a necessidade de o serviço público e, em particular, os gestores estaduais trabalharem em consonância com os avanços tecnológicos baseados na Ciência de Dados e nas tecnologias de informação e comunicação.
“Durante muito tempo discutimos estratégias de saúde digital que se limitavam a colocar computador em unidade de hospital e a ter prontuário eletrônico”, disse.
Para o presidente do Conass, cada vez mais a vida humana e as relações humanas são matematicamente desenhadas, definidas em números e padrões de comportamento, em geolocalizações, em metadados, em expressões e reações, em dados qualitativos e quantitativos.
“Cada vez mais a nossa realidade passa a ser um fenômeno onde o escrutínio desta, por meio das tecnologias da informação e da comunicação, permitirá, sem dúvida nenhuma, aos sistemas de saúde alcançarem um grau de desempenho de alta performance.
Nésio Fernandes destacou que à medida que se constrói uma cultura de dados abertos, de softwares livres, de inteligência de dados na administração pública, há um considerável ganho na capacidade gerencial de poder realizar melhores diagnósticos, fazer melhor gestão, melhor monitoramento, melhor avaliação e, como consequência, melhorar a qualidade do atendimento das demandas da população.
CIEGES
Um dos pontos da pauta foi o lançamento do GitConass, no âmbito do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão Estadual do SUS (CIEGES).
O CIEGES é um projeto de ciência de dados, desenvolvido e disponibilizado pelo Conass, visando facilitar o acesso a um conjunto de informações para subsidiar a tomada de decisão e a consulta de dados.
O GitConass é um espaço colaborativo para desenvolvimento em conjunto e de compartilhamento de projetos entre as SES. Marcus Carvalho, coordenador do CIEGES, Felipe Ferré, cientista de dados, e Juliane Alves, assessora técnica, apresentaram à Câmara Técnica as informações e as formas de acesso à nova ferramenta.
RNDS
A Estratégia de Saúde Digital e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) foi outro tema abordado na reunião e foi apresentada por Juliana Zinader, coordenadora-geral de inovação em sistemas digitais (DATASUS/MS) e Frank Pires, coordenador-geral de Sistemas de Informações e Operações (DATASUS/MS).
A RNDS é a plataforma nacional de troca de dados em saúde, instituída pela Portaria GM/MS nº 1.434, de 28 de maio de 2020. É um programa do Governo Federal voltado para a transformação digital da saúde no Brasil e tem o objetivo de promover a troca de informações entre os pontos da Rede de Atenção à Saúde, permitindo a transição e continuidade do cuidado nos setores públicos e privados.
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