No início de 2019, o Estado tinha em estoque apenas 30% dos medicamentos para tratamento de doenças não transmissíveis, como artrite, Alzheimer e asma, disponibilizados mensalmente pelas Farmácias de Medicamentos Especiais (FMEs) dos municípios. Já em março deste ano, o percentual havia subido para 85,34%.“Isso quer dizer que hoje 99% das demandas da população que usa medicamentos adquiridos pelo Estado estão atendidas”, explicou o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica (Deaf) da Secretaria da Saúde, Roberto Eduardo Schneiders.
A ampliação do atendimento às demandas da população é um exemplo, mas não o único, da evolução da assistência farmacêutica no Rio Grande do Sul.
Lançado em 2020, o Serviço de Telecuidado, no qual farmacêuticos entram em contato com os usuários para orientá-los sobre o tratamento ou o uso dos medicamentos, elevou em 50% a adesão aos tratamentos. São priorizados os idosos e pessoas com doenças crônicas respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, mais vulneráveis à covid.
No contato, feito por telefone ou videoconferência, eles também recebem orientações sobre como controlar a doença, o uso dos medicamentos e os sintomas relacionados à Covid-19, além de respostas a eventuais dúvidas relacionadas ao tratamento. O programa foi considerado em 2021 um dos cinco mais inovadores na administração pública pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Conjunto de ações
As duas iniciativas fazem parte de um pacote de ações para qualificar a assistência farmacêutica e fomentar o cuidado farmacêutico no Estado. Também criada em 2020, a Farmácia Digital facilita o acesso pelo site a 205 medicamentos, que podem ser solicitados sem que o usuário tenha de se deslocar até uma Farmácia, além de acompanhar o andamento do pedido e renovar os tratamentos, entre outros serviços.
Até então, usuários de algum dos medicamentos disponibilizados pelo Estado precisavam ir até a Farmácia de Medicamentos Especiais mais próxima para cadastrar todos os documentos e exames. Quando os medicamentos eram disponibilizados, voltavam para buscar.
Com a plataforma, é possível cadastrar os documentos no site. Depois de passar por uma perícia e o pedido ser aceito, as versões originais devem ser entregues na farmácia no momento da primeira retirada do medicamento. Até o momento, 18.627 pessoas utilizaram a plataforma.
Em dois anos, a solicitação digital foi disponibilizada para 46 linhas de cuidado, devendo atingir 55 linhas ainda este ano, além de possibilitar o pedidos de medicamentos para menores de 18 anos.
Outra iniciativa importante é o Farmácia Cuidar +, um dos eixos do programa Avançar para as Pessoas na Saúde. Com um orçamento total de R$ 59,4 milhões nas três fases do Avançar, transfere recursos para melhorar a estrutura e a idade visual das Farmácias de Medicamentos Especiais em 446 municípios.
A grande inovação é a prestação de serviços clínicos aos usuários que vão às FMEs, seja para verificação na hora do estado de saúde, orientações sobre a primeira dispensação orientada e acompanhamento farmacoterapêutico, que visam orientar o uso correto dos medicamentos e melhorar a adesão ao tratamento.
“É o primeiro programa estadual que vincula recursos aos municípios para realização de serviços clínicos”, explicou Roberto Schneiders, ressaltando o sucesso na adesão. “Noventa por cento dos 497 municípios do Estado fizeram”.
Descentralização
O diretor do Deaf ressalta ainda a melhoria da estrutura do almoxarifado da DAF (Divisão de Abastecimento Farmacêutico), com a troca do telhado após nove anos de espera, melhorando as condições de armazenamento dos medicamentos, e a transferência para o município da FME de Porto Alegre, a última que ainda era administrada pelo Estado.
Com a mudança, que será finalizada em setembro, quando a prefeitura passa a se responsabilizar totalmente pela distribuição de medicamentos à população, com espaço e equipe próprias, o Rio Grande do Sul se tornou o primeiro Estado a descentralizar todas as Farmácias de Medicamentos Especiais.
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Fonte: SES/RS