O Conass tem como missão institucional promover a articulação e a representação política da gestão estadual do Sistema Único de Saúde (SUS), proporcionando apoio técnico às Secretarias Estaduais de Saúde (SES), coletiva e individualmente, de acordo com suas necessidades, por meio da disseminação de informações, produção e difusão de conhecimentos, inovação e incentivo à troca de experiências e boas práticas.

A partir deste preceito e por entender que a comunicação tem papel fundamental na consolidação e no desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conass instituiu, em 2006, a Câmara Técnica de Comunicação em Saúde (CTCS), composta por sua equipe de comunicação e pelos comunicadores das SES e do Distrito Federal. Desde então, são realizados encontros entre estes profissionais – reuniões, oficinas de trabalho e workshops – a fim de promover troca de experiências e capacitar o grupo para o planejamento e a execução de ações comunicacionais.

As Assessorias de Comunicação das SES

Os encontros acima mencionados explicitaram a distinção das estruturas organizacionais das áreas de comunicação das SES e dos seus processos de comunicação, trazendo à tona a necessidade de investigação aprofundada sobre tais aspectos para subsidiar o Conass em seu compromisso de apoiar tecnicamente as SES. Em 2014, foi finalizado o “Estudo Descritivo da Área de Comunicação: Estrutura e Principais Cenários das Secretarias Estaduais de Saúde” – Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa qualiquantitativa que revelou o perfil do gestor das assessorias de comunicação das SES, o número de profissionais e questões relacionadas à infraestrutura destas áreas; e elencou as suas relações, prioritariamente com áreas ligadas ao SUS, ao governo estadual, aos veículos de imprensa e à população. Constatou que todas as assessorias de comunicação realizam o trabalho de assessoria de imprensa e que é baixa a ocorrência de preparação das fontes para lidar com a imprensa, de capacitação dos gestores e dos profissionais das Ascom, assim como de planejamento estruturado das áreas.

Concluiu-se também que áreas de comunicação qualificadas, capazes de incitar a responsabilização dos atores envolvidos são indispensáveis para o SUS, assim como ações baseadas em avaliação estruturada, que fomentem a comunicação entre gestor, profissional e usuário, estimulando o senso de responsabilidade de cada um e de todos na saúde. E que cada Ascom deve ter a capacidade de promover auto avaliação e, consequentemente, avançar em processos de melhoria e alcance de efetividade.

Para tanto, devem contar com o apoio dos gestores de saúde e, neste âmbito, cabe ao Conass evidenciar tal importância e recomendar o esforço necessário para capacitação de gestores e de profissionais da comunicação para que consigam agir de forma proativa, que compreendam e façam compreender a informação adequada e no tempo necessário. As assessorias devem ser capacitadas para que possam, em primeiro lugar, reconhecer que para sanar suas demandas, precisam contar com recursos técnicos, gerenciais e de operacionalização adequados e compatíveis, pois somente assim estarão dotadas de competências para: planejar e avaliar suas atividades; exercer efetivamente a comunicação institucional com o público e com a imprensa e aperfeiçoar suas relações com estes atores; participar das decisões das SES; e promover e inovar a participação e mobilização social.

As Ascom devem ter sua importância reconhecida pelos secretários estaduais de saúde, a partir de institucionalização e dotação de meios suficientes. Para tanto é necessário:

      1. Fundamentar a elaboração de um Plano de Ação do Conass, a partir da estratégia da CTCS, que contemple capacitação sistemática e permanente em Comunicação em Saúde das Ascom, visando seu aperfeiçoamento, sua capacidade de auto avaliação e sua efetividade.
      2. Desenvolver estratégias de articulação social, a partir de instrumentos existentes ou inovadores, para ouvir e acompanhar as demandas da sociedade e promover sua interação com o SUS.
      3. Evidenciar a importância do apoio dos gestores de saúde às Ascom para que consigam agir de forma proativa, compreendendo e fazendo compreender a informação adequada e no tempo necessário.

 

Leia aqui a íntegra do estudo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/17298

Responsável Técnico: Marcus Carvalho (marcus.carvalho@conass.org.br)