Que técnicas utilizar em uma pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS)? Como os gestores podem utilizar a plataforma para a tomada de decisão? Quais palavras-chave usar para obter melhores resultados? Que filtros devo aplicar na base de dados durante a minha pesquisa? Esses e outros questionamentos foram respondidos hoje (17), na sessão Diálogos Conass, que apresentou aos integrantes do Conselho e aos diretores das Escolas Estaduais de Saúde Pública (EESP), as potencialidades da BVS.
A atividade dá continuidade à parceria entre o Conass e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Bireme/Opas/OMS), iniciada com a indexação das publicações do Conass e das Secretarias Estaduais de Saúde na BVS em 2020. “Esse encontro vai possibilitar aprimorarmos os nossos conhecimentos para termos respostas mais organizadas às pesquisas que realizamos”, observou Jurandi Frutuoso, secretário Executivo do Conass.
A partir de uma breve explicação sobre o que é a biblioteca e sobre o seu funcionamento, Mônica Peres, coordenadora do Centro de Documentação da Universidade de Brasília, apresentou ferramentas e dicas que potencializam os resultados de pesquisas no portal da BVS, que reúne um acervo digital com diferentes fontes de informação especializadas em saúde. “Essa é uma plataforma pública, aberta a toda a população mundial. Ela funciona a partir de uma cooperação técnica entre diferentes instituições, com o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos que são produzidos pela saúde, por isso é muito importante essa cooperação, pois se ela não existe, essa base não funciona”, esclareceu.
Mônica, que também é bibliotecária, disse que ao iniciar uma pesquisa é fundamental saber quais fontes de informação possuem conteúdos que atendam à busca e ressaltou que, na área da saúde, a biblioteca especializada referência no Brasil é a BVS.
Com um passo a passo sobre como realizar uma pesquisa mais eficaz e que contemple as respostas necessárias, a coordenadora apresentou técnicas que fazem a diferença no processo, como a escolha correta de palavras-chaves e a utilização dos recursos de busca avançada com ou sem filtros.
Mônica alertou, no entanto, que mesmo com a utilização das técnicas citadas, ainda assim é necessária uma análise criteriosa desses resultados. Ela pontuou alguns aspectos que podem ser levados em consideração, como a avaliação por pares, o índice de citação e a atualidade do conteúdo.
Sobre a parceria com o Conass, a gerente de Serviços e Produtos de Informação da Bireme, Verônica Abdala, enfatizou que o objetivo é proporcionar a oportunidade de acesso à toda produção do Conass.
Ela fez uma contextualização sobre o surgimento da Bireme e da BVS, explicou as bases de dados que a compõem, citou linhas de ação, como a visibilidade da produção científica em saúde e as decisões informadas por evidências. Sobre esta última, observou que a BVS organiza um fluxo de gestão da informação a fim de gerar conhecimento para ser aplicado na saúde e ressaltou que toda decisão precisa ser feita sempre dentro de um contexto, o que, no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde (SES), é fundamental. “Precisamos valorizar a importância da pesquisa e da sua aplicação na conjuntura que ela se reflete”, destacou.
Ao encontro do que disse a gerente, o coordenador técnico do Conass, Fernando Cupertino, chamou a atenção para a importância da pesquisa nas bases nacionais. “Não podemos ter como válidos no Brasil, resultados que foram produzidos, muitas vezes, em cenários econômicos, sociais e sanitários diferentes do nosso, daí a relevância de produzir evidências locais”.
Cooperação Técnica Conass e Bireme – Redecoesp
Na reunião, também foi apresentada a cooperação técnica entre Conass e Bireme para a inserção da Rede Colaborativa da Escolas de Saúde Pública (Redecoesp) na BVS, com o objetivo de ampliar a visibilidade, o acesso e o uso da informação científica e técnica produzida pelas EESP.
A Biblioteca Virtual de Saúde da Redecoesp será um espaço de integração dos recursos educacionais e informacionais das escolas e promoverá o intercâmbio de documentos entre elas. “Esta rede é mais uma que se soma à BVS. Vamos organizar todo o fluxo e a gestão da informação para gerar conhecimento que possa ser aplicado na saúde. Por isso, é importante termos critérios de qualidade. O Conass vai liderar este projeto junto com as escolas”, disse Verônica.
A gerente da Bireme também falou sobre desafios agregados à cooperação, como por exemplo, a manutenção da cooperação ativa, o realinhamento do trabalho em rede com a inovação tecnológica de informação e comunicação, o uso da inteligência artificial, entre outros.
Para o assessor técnico do Conselho, Haroldo Pontes, o projeto representa o avanço de um trabalho que vem sendo realizado desde 2019, quando ainda eram poucas as Escolas Estaduais de Saúde Pública no País. “As poucas escolas que existiam não tinham integração entre elas e muito menos com as SES. De lá para cá, progredimos muito nestas duas frentes”, disse ele citando em seguida, a existência do portal da Redecoesp. “Temos um ambiente que permite acesso a um conjunto de informações estruturadas sobre as EESP, uma biblioteca que já está no nosso portal e, para além do apoio às escolas, vamos realizar, a partir dessa cooperação, um trabalho estruturado para ser mais um elemento que fortalece o papel do Conass na organização do Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo que fortalece também essas instituições”, destacou.
Para o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, o encontro fortaleceu a percepção de que a produção da ciência, a necessidade da pesquisa e as ferramentas para fazê-la, enriquece o trabalho dos profissionais de saúde e a tomada de decisão pelos gestores do SUS.
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Assessoria de Comunicação do Conass