Conass reforça sobre a importância da vacinação para manter o Brasil livre da pólio

Foto: Karina Zambrana

No ano em que o Brasil comemora 32 anos sem nenhum caso de poliomielite, a queda na cobertura vacinal tem gerado preocupação diante dos riscos de reintrodução da doença no país. Com o objetivo de ampliar os esforços junto a estados e municípios para manter o país livre da pólio, o Ministério da Saúde do Brasil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Fundação Rotary promoveram um evento nesta terça-feira (1/11). Na ocasião, foi lançado o “Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil”.

A poliomielite pode se espalhar rapidamente entre comunidades com cobertura vacinal inadequada, não é tratável, mas é totalmente evitável por vacinação. No entanto, a cobertura vacinal caiu abaixo de 70% no Brasil.

A representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, fez um alerta sobre esse cenário atual e destacou que o Brasil é referência no combate à poliomielite, trabalhando com a força tripartite – nacional, estadual e municipal – que o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro tem. “Nós temos a região livre da pólio desde 1994 e temos um país (Brasil) que trabalhou muito para isso, foi muito solidário com outros países da Américas e continua sendo, compartilhando vacinas, tecnologias e trabalhadores”, afirmou.

Socorro Gross também reconheceu o trabalho de vacinação que o Brasil tem desenvolvido junto as fronteiras. “Essa iniciativa protege as áreas que são muito relevantes para o país como são as fronteiras, mas também traz o que precisamos na região das Américas: países de mãos dadas pelo bem que é a saúde”.

O curador da Fundação Rotária Marcel Haick disse que a erradicação da pólio é identificada por eles como a prioridade humanitária com alcance global número 1 e que a atuação ocorre com foco na arrecadação de fundos, advocacia e defesa da causa, mobilização e melhoria da eficiência vacinal. “Hoje é um dia histórico e decisivo, somente todos juntos e alinhados poderemos vencer o vírus”, reforçou.

Para o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, o evento é muito importante para que haja um esforço extremo e coletivo para fazer com que a vacina retorne ao patamar acima de 95%. “Em 2015 era de 98% a cobertura vacinal, o que explica agora estarmos com menos de 70%? Nós sabemos da dificuldade, temos que nos mobilizar para recuperar essa queda, mas é preciso que a sociedade saiba também que, a gestão precisa mobilização das entidades e de todo o Brasil para melhorarmos essa meta”, disse Frutuoso.

Plano Nacional de Resposta

Durante o evento, o Ministério da Saúde lançou o “Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil”.

O Plano tem o objetivo de estabelecer diretrizes de resposta nas três esferas de gestão, de forma coordenada, apresentando cronogramas e indicando fluxos para fortalecer a vigilância epidemiológica, o acesso à vacinação e a capacidade nacional dos estados e municípios para manter o Brasil livre da pólio.

“Não queremos que a doença volte. Quero conclamar a todos que possam se associar nessa iniciativa. Nas 38 mil salas de vacinação, todos os dias são dias de campanha”, destacou o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, referindo-se a todas as vacinas disponíveis no calendário nacional de vacinação.

Fonte: OPAS, com informações do Conass