Dengue e poliomielite no DF são tópicos de debate em fóruns de imunização e doenças imunopreviníveis

Possíveis razões do aumento de casos da arbovirose e importância da imunização foram reforçadas

Durante as mesas redondas profissionais destacaram a importância da vacinação contra dengue e poliomielite. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

A dengue e a poliomielite foram temas discutidos nas mesas redondas realizadas na tarde desta quarta-feira (17), no primeiro dia do VII Fórum de Imunização e do IV Fórum de Doenças Imunopreveníveis do Distrito Federal, no Hotel St. Paul, no Setor Hoteleiro Sul. O objetivo dos fóruns é compartilhar informações e conhecimentos sobre os principais temas da atualidade dentro do cenário epidemiológico do Brasil e Distrito Federal.

Apesar da dengue ser conhecida dos brasileiros há décadas, a técnica de vigilância epidemiológica das arboviroses da Secretaria de Saúde (SES-DF), Marília Graber França, destacou o comportamento atípico da doença, demonstrando que o pico de casos ocorreu de forma antecipada no DF em 2024. Entre os possíveis fatores, a profissional destacou diversos motivos, como a degradação ambiental, a urbanização desordenada, o acúmulo de lixo, aumento da população vulnerável e a entrada de um novo sorotipo viral – o DENV-2. “Esta inversão dos sorotipos mais frequentes pode ter sido um dos fatores que também levou a este cenário de epidemia. Tivemos muitos casos do sorotipo 2 neste ano”, refletiu.

Devido ao cenário de epidemia, a vacinação surge como uma forma de prevenção ao longo prazo, conforme destacou a médica alergista e imunologista do Hospital da Criança de Brasília (HCB), Cláudia França Valente. Ao detalhar o processo de inclusão da vacina, que seguiu todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS), a especialista destacou a segurança e eficácia do imunizante. Além disso, a especialista destacou que a escolha da faixa etária seguiu a observação da maior concentração de hospitalizações. “Quando falamos de dengue, estamos falando de uma doença diferente, democrática, que atinge diversas faixas etárias. A vacina entrou como um recurso que a longo prazo terá significado e é segura e eficaz”, reforçou.

Poliomielite

Profissionais também destacaram como a imunização atuou para a erradicação da poliomielite no país. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Outro tópico foi a poliomielite, cuja principal arma de combate permanece sendo a vacinação. A responsável técnica da vigilância da poliomielite no Distrito Federal, Joana Castro, destacou como a vacina atuou para a erradicação da doença, uma vez que o vírus já foi responsável pelas mortes de mais de mil crianças por dia.

“A principal medida contra a poliomielite é a vacina e, infelizmente, há um movimento antivacina muito grande. Vemos pessoas que não querem vacinar seus filhos, mas que estão vacinadas elas mesmas”, alertou. “A polio é uma doença pouco letal, mas incapacita a pessoa de uma forma impressionante”.

Reforçando a importância da imunização, a técnica do MS no Programa Nacional de Imunização (PNI), Ana Carolina Cunha Marreiros, demonstrou os indicativos de cobertura vacinal de poliomielite de forma global e regionalizada. A técnica destacou que há regiões no mundo em que o vírus circula ativamente, sendo importante a imunização. “No processo de erradicação, o mais importante é a prevenção, que é a realização por meio da vacinação”, enfatizou.

Segundo dia dos fóruns na OPAS

Nesta quinta-feira (18), o segundo dia do VII Fórum de Imunização e do IV Fórum de Doenças Imunopreveníveis do Distrito Federal segue das 8h às 12h, no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Além de debates referentes aos vírus respiratórios no DF e às ações de vacinação nas escolas, haverá ainda o compartilhamento de experiências bem-sucedidas em Vigilância Epidemiológica de doenças imunopreveníveis e imunização no DF.

Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Daniel Ribeiro