ESP-MG e SES-MG avançam com a implementação do Projeto Saúde em rede, alcançando mais cidades mineiras

Por meio de Oficinas Tutoriais, que fazem parte do Projeto, os profissionais dos serviços de saúde recebem capacitação focada na melhoria dos processos e trabalho.

A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais concluem em abril deste ano as Oficinas Tutoriais de Formação da 1ª onda de expansão do projeto “Saúde em Rede” e seguem com as Oficinas referentes à segunda onda de expansão, iniciadas em outubro de 2021. A 1ª onda de expansão atendeu a 142 municípios do estado e a segunda vai contemplar 287 cidades.  Já a terceira onda irá atingir o restante dos municípios do estado, englobando aquelas cidades que não fizeram parte das duas ondas ou do projeto piloto.  Clique aqui e conheça os municípios já contemplados.

LINK:http://www.esp.mg.gov.br/images/documentos/Projeto%20Sa%C3%BAde%20em%20Rede_munic%C3%ADpios%20e%20regi%C3%B5es_PDF.pdf

Essas Oficinas Tutorias são parte do Projeto Estratégico “Saúde em Rede”, do governo de Minas, desenvolvido pela SES-MG, em parceria com a ESP-MG, que tem como objetivo promover a reestruturação das Redes de Atenção à Saúde (RAS), por meio da qualificação dos processos de trabalho dos profissionais da atenção primária (APS) e da atenção ambulatorial especializada (AAE).

Como se trata de um projeto de grande complexidade e capilaridade no estado, ele está estruturado em distintos processos técnico-educacionais, com diferentes atores, com variadas inserções institucionais e diversos locais de desenvolvimento das intervenções educativas, tecendo uma verdadeira rede de processos formativos.

Assim, as Oficinas Tutoriais destinadas aos profissionais dos serviços de saúde estão inseridas dentro dos processos de formação, que é composto por cinco momentos: 1) Formação teórica na modalidade educação à distância (EAD); 2) Formação de Analistas Regionais; 3) Formação de Tutores; 4) Oficinas Tutoriais na APS e na AAE; e 5) Monitoramento de processos.

Nas Oficinas Tutoriais o que se busca é discutir e problematizar os processos de trabalho das unidades de saúde, com a intenção de fortalecer o trabalho em equipe, de modo que ele aconteça de maneira colaborativa na rede de atenção à saúde e também para atender melhor às necessidades de saúde da população.  Na Atenção primária à Saúde (APS) são 16 Oficinas Tutoriais, com carga horária de quatro horas cada, nas próprias unidades participantes do projeto. Já na AAE, são 12 Oficinas Tutoriais, com carga horária de quatro horas cada, nas próprias unidades da AAE participantes do projeto.

Já em relação aos profissionais que atuam nesse ciclo de formação, eles são divididos em: Tutores, Analistas Regionais, Analistas Central e Apoiadores.

Mudança de processos 

O Apoiador do Projeto Saúde em Rede está vinculado à ESP-MG e é responsável, juntamente com o Analista Central, ligado à SES, por apoiar e acompanhar os Analistas Regionais nos processos de formação e dar suporte aos Tutores do Projeto. Esse profissional também desenvolve, em conjunto com os Analistas Centrais, uma relação direta com os Analistas Regionais.

Sua atuação, diferentemente do Analista Central, possibilita a constituição de uma referência para discussão e encaminhamentos relacionados a questões pedagógicas do Projeto e de desenvolvimento de ações que visem ao aprimoramento da dimensão educacional na execução do Projeto nos territórios. O Apoiador da ESP-MG está presente no momento de preparação da expansão, nos processos de discussão e elaboração do projeto técnico-pedagógico e de adaptação de seus conteúdos e materiais, fundamentando-se nos referenciais da Educação Permanente, bem como dos fundamentos teórico conceituais, que foram trabalhados na etapa piloto do Projeto.

De acordo com Fernanda Jorge Maciel, trabalhadora da ESP e Apoiadora do projeto na fase da primeira onda, na região de São João Del Rei, estar no projeto tem sido uma experiência muito rica, porque é possível acompanhar as ações de perto no território, ao mesmo tempo em que também desenvolve as etapas de planejamento do projeto. “Essa experiência nos alimenta enquanto servidores da Escola, pois estamos sempre trabalhando pensando na formação dos profissionais. Ir no território, acho que é uma possibilidade de ver nosso trabalho fazendo a diferença, enquanto instituição formadora. Também considero importante ter esse contato mais próximo com os profissionais de saúde do SUS, que estão trabalhando nos serviços, porque a gente pode escutar com maior atenção e ver e perceber toda a complexidade que é você tentar operacionalizar uma rede de atenção”, explica.

Sobre o papel do Apoiador, Fernanda Maciel comenta que na primeira onda de expansão, foi responsável por acompanhar os tutores, viajar e fazer a formação do analista regional presencial. Já para a segunda onda, a Escola precisou credenciar Apoiadores externos, para realizarem as viagens, já que são muitos municípios, diversos cronogramas coincidem e a equipe da ESP está envolvida em múltiplas ações.

“Na segunda onda, o Apoiador, servidor da ESP, supervisiona e acompanha o trabalho daquelas pessoas contratadas, que chamamos de coordenadores assistentes. Eles participam da formação dos analistas regionais da segunda onda, que está sendo feita pela ESP, de forma online.  Os Apoiadores contratados, que moram na região, vão no território presencialmente fazer um momento de preparo pedagógico desses analistas regionais, que é a organização de material, do espaço, uma dúvida que ficou pendente uma adaptação de uma atividade que achem necessária e também acompanham a formação dos tutores que acontece lá. Eles também ajudam, no acompanhamento dos municípios. Nessa nova fase, a gente ganha, porque conseguimos acompanhar com mais qualidade o trabalho, já que tivemos a experiência da primeira onda”, detalhou.

Outra figura importante nesse processo, são os Analistas Regionais, que surgiram a partir de uma atualização do desenho metodológico original do projeto. O objetivo foi buscar a valorização do papel das Unidades Regionais de Saúde (URS) da SES/MG no processo de regionalização das políticas de saúde, no fortalecimento e na articulação de redes de atenção à saúde regionalizadas e na mediação entre os municípios, com o intuito de promover ações mais cooperativas e coordenadas no SUS.  Esses Analistas também participam de um processo formativo que se inicia antes das Oficinas Tutorias e se desenvolve ao longo da implementação do Projeto, sendo apoiados tanto pela equipe da ESP-MG, quanto por Analistas Centrais, que compõem as equipes do Nível Central da SES/MG.

A Maíra Lemos de Castro é formada em odontologia, servidora da SES-MG, coordenadora de atenção à saúde da Regional e Saúde de Patos de Minas e Analista Regional. Para ela, é um diferencial a participação do Analista Regional no projeto, isso porque esses profissionais conhecem o território e têm proximidade e vivência com a prática dos municípios. Ela acredita que a troca de experiência tem sido muito interessante entre os atores. “Eu participei do projeto piloto e, em meu ponto de vista, agregar a ESP nas ondas de expansão foi muito positivo, porque trouxe um olhar mais reflexivo e próximo da realidade para discutir os problemas dos territórios”, complementa.

Outro profissionais que também atuam nesse ciclo de formação são os Tutores. Eles desempenham suas tarefas como facilitadores das mudanças dos processos de trabalho das equipes, atuando tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), quanto nos serviços ambulatoriais de referência da atenção à saúde materno-infantil.

Márcia Rosana Toledo Guerra é enfermeira e Diretora da Atenção Básica do município de Fronteira, que faz parte da microrregião de Frutal/Iturama e Tutora da 1ª onda de expansão. Conforme ela, o projeto está proporcionado uma maior integração entre os municípios da microrregião, sendo importante a implementação de estratégias para comunicação e integração entre as equipes que atuam nos diferentes serviços.

“Observamos no município de Fronteira que existia uma falta de informações dos profissionais da UBS e do setor da regulação sobre o Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE).  Como, por exemplo, como se referenciar as gestantes e crianças de alto risco do município. Nas oficinas, conseguimos criar algumas estratégias para ampliar o acesso, como, por exemplo, criar um instrumento de referência e contra referência; orientar aos profissionais sobre os critérios de encaminhamento; aperfeiçoar a comunicação com os profissionais e apresentar a carteira de serviços  do CEAE e até mesmo criar uma lista de contato de telefone e e-mail dos profissionais de referência do CEAE e dos municípios, pois com o início da nova gestão a maioria dos profissionais são recém contratados, o que reforça a necessidade de capacitação”, exemplifica.

Márcia complementa dizendo que percebe que os conhecimentos adquiridos estão sendo realmente aplicados no trabalho, auxiliando no crescimento profissional de toda equipe de trabalho.

Outra tutora que enfatiza a importância das Oficinas para o projeto, é a Sandra Alexandra Bezerra Maia, enfermeira no município de Manga e tutora na microrregião Manga/Januária. Para ela, as oficinas são importantes para os profissionais porque são ferramentas capazes de oferecer diagnósticos, de modo que as pessoas consigam identificar os gargalos e propor soluções para as questões da rotina de trabalho nos serviços de saúde.  “A gente já consegue perceber que após a realização das oficinas, os profissionais já começam a refletir sobre suas práticas, seus processos de trabalho e propor realmente mudanças.  Nós já percebemos que há uma melhora nos processos de trabalho das equipes, porque notamos que os profissionais dialogam, trazem suas dificuldades e eles mesmos conseguem propor soluções para os problemas. Então, eu consigo identificar avanços nesse processo”, relata.

Sobre o projeto

O Saúde em Rede tem como objetivo estruturar as Redes de Atenção com a transformação do atual modelo hierárquico – que tem o hospital como centro dos atendimentos – para dar lugar à gestão integrativa, na qual a Atenção Primária é ordenadora dos cuidados em saúde, além de qualificar os processos assistenciais com o intuito de promover uma assistência à saúde ainda mais adequada ao cidadão.

Para isso, o projeto propõe a implementação de processos de Educação Permanente em Saúde (EPS) para ampliar as capacidades das equipes da Atenção primária à Saúde (APS) e da Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) de analisarem seus processos de trabalho e reorganizá-los com foco nas necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2019 foi implementada uma etapa piloto do projeto Saúde em Rede, que contemplou 29 municípios da macrorregião de Jequitinhonha, que foi conduzida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Hospital Israelita Albert Einstein.

Já a expansão do Projeto Saúde em Rede, com as 1ª, 2ª e 3ª ondas, tem como objetivo levar as ações do projeto para o restante do território mineiro e está sendo realizada pela SES/MG, em parceria com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG). Sendo que a Escola é responsável por diversas atividades como: o desenvolvimento dos projetos educacionais e do modelo lógico para seleção dos municípios das ondas de expansão do projeto; pela elaboração de cursos introdutórios de alinhamento conceitual e dos materiais didáticos dos momentos formativos presenciais; pela preparação dos analistas centrais e pela certificação dos participantes.

>Para saber mais sobre o Saúde em Rede, acesse: www.saude.mg.gov.br/saudeemrede

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Fonte: Assessoria de Comunicação Social
Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG)