Hospital de Emergência do Agreste discute impactos das novas formas de trabalho na saúde do trabalhador

 

A mesa-redonda sobre “As novas formas de trabalho e seus impactos na saúde do trabalhador”, contou com a participação do professor Diego de Oliveira Souza, da Ufal

O Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, promoveu uma mesa-redonda com o tema “As novas formas de trabalho e seus impactos na saúde do trabalhador”. O evento, realizado na sede da unidade hospitalar, reuniu  os coordenadores de setores, tutores, preceptores e residentes dos programas de residência em saúde.

A atividade foi realizada pela Comissão de Residências Multi e Uniprofissional (Coremu), coordenada pela assistente social Thaysa Magalhães, e teve como convidado o professor Diego de Oliveira Souza, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Graduado em Enfermagem e Sociologia, Diego é mestre e doutor em Serviço Social, com pós-doutorado em Serviço Social e em Estudios de la Ciudad, o que demonstra o alto nível técnico e científico dos profissionais que têm contribuído com a formação no HEA.

Durante a explanação, o professor destacou a importância de integrar a universidade e os serviços de saúde. “Encontros como esse são fundamentais para aproximar teoria e prática, fortalecendo o Sistema Único de Saúde. O trabalho é uma das principais esferas na determinação da saúde das pessoas, e compreender essa relação é essencial para enfrentarmos os problemas de saúde da população”, observou.

Ao abordar o cenário contemporâneo das relações de trabalho, Diego ressaltou o desafio que o SUS ainda enfrenta ao lidar com as novas configurações profissionais, como as dos entregadores e motoristas de aplicativos. “É um tema recente, e o sistema ainda não incorporou de forma plena a saúde do trabalhador como deveria, associando riscos, danos, vigilância, prevenção e assistência. No caso de unidades como o Hospital de Emergência do Agreste, que recebe vítimas de acidentes de trânsito, muitos desses casos são acidentes de trabalho, especialmente envolvendo entregadores de aplicativo”, explicou.

O encontro destacou a integração entre ensino e serviço e o compromisso do HEA com a formação crítica e humanizada dos profissionais do Sistema Único de Saúde

O professor também destacou o envolvimento e a troca de experiências entre os participantes. “A participação foi excelente. Os residentes e seus preceptores compartilharam vivências do cotidiano do serviço, e esse diálogo é muito rico. Em espaços como esse, aprendemos tanto quanto ensinamos”, completou.

Para a coordenadora da Coremu, Thaysa Magalhães, a atividade alcançou plenamente seus objetivos. “A proposta era despertar nos residentes e tutores um olhar ampliado sobre as novas formas de trabalho e seus reflexos na saúde do trabalhador. Ter o professor Diego conosco foi uma oportunidade valiosa, pela relevância de sua trajetória e pela profundidade do debate que ele trouxe”, avaliou.

A residente Elis Regina, assistente social do Programa de Residência Multiprofissional, também destacou a relevância do encontro e o impacto do tema na formação dos profissionais de saúde. “O professor Diego tem uma forma de ensinar que nos ajuda a compreender o indivíduo dentro de um contexto coletivo. Ele nos faz enxergar como as novas formas de trabalho interferem diretamente na saúde do trabalhador e da trabalhadora”, afirmou.

“O Hospital de Emergência do Agreste tem compromisso com a formação crítica e humanizada dos profissionais que atuam no sistema público de saúde, evidenciando o diálogo entre ensino, pesquisa e prática assistencial, que são pilares essenciais para uma atuação cada vez mais qualificada e voltada à valorização do trabalho em saúde”, afirmou Bárbara Albuquerque, diretora-geral do HEA.

Repórter: Tony Medeiros
Fotos: Rosana Araújo (Cortesia)