MA – Governo investe na atenção básica à saúde nos municípios do ‘Mais IDH’

“Depois da consulta do doutor no começo do ano, estou bem melhor. Já consigo até varrer o terreiro, devagarzinho. Aqui a gente vive esquecido, só temos o que a roça dá. Há mais de 10 anos não me consultava, me senti importante, sabe?”, conta Florisa Mendes, nove meses depois de receber atendimento médico por meio do Mutirão ‘Mais IDH’.

Florisa Mendes de Sousa, durante o atendimento médico realizado em março do ano passado, no Mutirão Mais IDH. Marcos Pacheco, secretário de Estado da Saúde, realizou o atendimento.

Foto: Aurilene Alencar

Dona Florisa Mendes de Sousa, 60 anos, lavradora, foi uma das 100 mil pessoas que receberam atendimento de saúde no Mutirão ‘Mais IDH’, fruto do Plano de Ações ‘Mais IDH’ instituído pelo governador Flávio Dino em 2015. No início do mês de março do ano passado, durante a realização do programa no município de Fernando Falcão, a equipe da Secretaria de Estado da Saúde (SES) estava concluindo o primeiro dia do mutirão quando foi avisada que uma paciente, moradora do povoado Bom Lugar, a 15 km da sede da cidade, precisava de atendimento médico.

Na ocasião, o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, estava entre os médicos do mutirão, e foi até o povoado consultar Dona Florisa. À época, ela estava debilitada, deitada na rede, onde foi constatado que sua pressão arterial estava elevada. A lavradora, mãe de sete filhos, há 10 anos havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), que a deixou com várias sequelas, como a dificuldade de locomoção.

Durante a visita, o médico resolveu também consultar Raimundo Sousa, marido da paciente. A pressão arterial dele estava bem mais alta que a da esposa, fazendo com que Marcos Pacheco prescrevesse medicação para os dois, com dosagem maior para o lavrador.

“Raimundo, sem saber, estava com risco de ter um infarto ou AVC a qualquer momento. Naquele momento, sua saúde estava pior que a da esposa. Por ser uma doença silenciosa, ele não percebeu os sinais de alarme da hipertensão. Os dois precisavam do acompanhamento mensal de um agente comunitário de saúde, para aferir a pressão arterial e verificar se eles estavam tomando a medicação correta, dispensada gratuitamente”, explicou Marcos Pacheco.

Nove meses depois, a paciente relatou que houve uma melhora na locomoção e que estava dormindo melhor que antes e que já estaria cadastrada no programa para o recebimento da medicação para hipertensão, o Hiperdia.

“Os remédios que o médico passou a gente manda comprar em Barra do Corda. Tenho um irmão que mora lá que compra pra mim e manda deixar aqui no sertão, pois nem sempre tem aqui. É difícil porque nossa condição é pouca, mas estamos dando um jeito de comprar”, contou Florisa de Sousa.

Sobre a situação atual, o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, comenta que os indicadores de saúde dos municípios maranhenses só mudarão a partir do momento que todas as esferas do poder público – municipais, estadual e federal, somem esforços. “Não adianta só a consulta médica. A atenção básica deve acontecer na prática, com o acompanhamento necessário de todos os agentes públicos. Saúde não se faz só dentro dos hospitais. Nosso dever é evitar que as pessoas precisem dos hospitais”, destacou o secretário.

Atendimentos – Mutirão Mais IDH

Nas quatro etapas realizadas do mutirão ‘Mais IDH’ durante o ano de 2015, 99.981 mil pessoas receberam serviços de saúde nos 30 municípios com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Só no município de Fernando Falcão, 3.732 pessoas realizaram consultas médicas, receberam medicamentos, ou realizaram exames laboratoriais, testes rápidos para detecção de doenças como Hanseníase, Hepatite B e C, HIV, entre outros 18 tipos de serviços ofertados pelo programa.

Força Estadual de Saúde (Fesma)

Para complementar os serviços da atenção primária em saúde ofertados pelas prefeituras nos 30 municípios de menor IDH, o governador Flávio Dino instituiu a Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma). As equipes multiprofissionais da Fesma trabalharão em todos os municípios prioritários em parceria com os profissionais de saúde de cada localidade.

Desta forma, além de levar serviços de saúde para quem mais precisa, o governo também reforçará e qualificará os profissionais que já atuam nessas cidades, funcionários ou servidores das prefeituras. Assim, o trabalho será realizado e acompanhado até o final, com a investigação das causas de cada doença, verificação da quantidade suficiente de medicamentos da farmácia básica, vacinas, e todos os serviços de saúde indispensáveis, assistindo de forma prioritária às crianças, gestantes e idosos.