
As Leishmanioses são uma doença infecciosa grave que pode atingir pessoas e animais, provocando quadro de febre de longa duração, falta de apetite, barriga inchada, lesões na pele e/ou mucosas, estas mais frequentes no nariz, boca e garganta. Há dois tipos de leishmanioses: tegumentar e visceral, ambas não contagiosas. De 10 a 17 de agosto acontece a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, e a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) aproveita a oportunidade para destacar as formas de prevenção e diagnóstico para essas doenças.
“As leishmanioses são doenças que podem evoluir para formas clínicas graves e, no caso da leishmaniose visceral, levar ao óbito se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente. Por isso, esta data se torna uma oportunidade estratégica para sensibilizar a população sobre os riscos dessas doenças e ampliar o acesso a informações sobre os sinais e sintomas, modos de transmissão, diagnóstico, tratamento e, sobretudo, as formas de prevenção”, destaca a coordenadora estadual de Vigilância dos Programas de Esquistossomose, Geo-helmintíase e Leishmaniose Visceral, Mariana Nascimento.
Em Pernambuco, a leishmaniose visceral tem maior incidência nas regiões do Sertão e Agreste, enquanto a forma tegumentar é mais frequentemente registrada no Grande Recife e nas Zonas da Mata Norte e Sul. Esse perfil epidemiológico reforça a necessidade de ações territoriais específicas, articuladas com a realidade de cada região.
Entre os principais sintomas deste tipo de Leishmaniose em humanos estão febre persistente por mais de sete dias, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento e aumento do abdômen motivado pelo crescimento do fígado e do baço.
Entre os anos de 2023 e 2025, até o mês de julho, foram notificados 1.113 casos suspeitos para leishmaniose visceral e 140 deles foram confirmados.
A leishmaniose visceral também pode ser diagnosticada em cães. Neles, os sinais clínicos mais comuns são apatia, queda de pelos, lesões de pele, conjuntivite, emagrecimento e crescimento anormal das unhas. Os cães são considerados os principais reservatórios domésticos do parasita e têm papel importante na cadeia de transmissão da doença.
A leishmaniose do tipo tegumentar (LT), por sua vez, é causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania e acomete principalmente a pele e as mucosas. Sua transmissão também ocorre pela picada de insetos flebotomíneo infectados, porém sua frequência é maior em áreas de mata. As lesões de pele podem ser únicas ou múltiplas, com aspecto ulcerado e geralmente não causam dores. A doença pode comprometer ainda regiões como o nariz, boca e garganta.
Com este tipo de leishmaniose (LT), em Pernambuco foram confirmados 472 casos da doença entre os anos de 2023 e 2025.
As ações de prevenção da leishmaniose estão diretamente ligadas ao controle do vetor que transmite a doença. Entre as medidas mais recomendadas estão: manter quintais limpos e livres de matéria orgânica, como folhas e fezes de animais; instalar telas em portas e janelas; construir galinheiros e abrigos de animais domésticos distante da residência; podar os galhos das árvores das árvores para deixar o quintal ensolarado; varrer os quintais recolhendo as folhas e frutos; dar o destino adequado ao lixo orgânico; usar roupas de manga comprida e repelentes em áreas de mata; e proteger os cães com coleiras repelentes.
Em áreas com ocorrência da doença, é fundamental permitir o acesso das equipes de saúde para testagem dos animais e monitoramento dos casos.
DADOS DETALHADOS – Em Pernambuco, os registros de leishmaniose visceral (LV) foram os seguintes: Em 2023, foram notificados 617 casos e 66 confirmados. Já no ano passado foram notificados 481 casos e confirmados 44. Em 2025, até aqui, 238 casos foram notificados e 30 deles confirmados.
Para leishmaniose tegumentar (LT), temos: Em 2023, 183 casos confirmados; em 2024 foram 209 casos. Em 2025, até o momento, 80 casos.