No mês da campanha Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização para redução de sinistros de trânsito, a unidade destaca a importância do comportamento consciente nas vias, principalmente com o uso do celular
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) Professor Fernando Figueira, localizada em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife, faz um alerta sobre os perigos de distração no trânsito, especialmente com o uso do celular durante a condução de veículos ou travessia de ruas. Só neste ano, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 12.642 notificações no Sistema de Informação Sobre Acidentes de Transportes Terrestres (SINATT).
De acordo com a médica ortopedista da UPA São Lourenço, Maria Eduarda Valadares, os motociclistas estão entre os mais atingidos pelos acidentes que acontecem na unidade. “Eles usam o celular para navegação, mensagens ou chamadas enquanto pilotam, e estão fisicamente mais expostos. Motoristas de aplicativo também surgem com frequência nos atendimentos, tentando conciliar direção com interações no celular”, explica.
Segundo o especialista, o celular tem se tornado um fator silencioso e perigoso em acidentes de trânsito. “Embora nem sempre o paciente admita o uso do aparelho no momento do acidente, os relatos de distração ou perda de atenção são comuns”, relata. Além do álcool, o uso do celular é um dos comportamentos de risco que mais preocupam um especialista. Pedestres também são afetados, tanto como vítimas de atropelamentos enquanto olham para a tela, quanto como causa de acidentes ao se deslocarem de forma desatenta.
As lesões mais comuns atendidas pelo ortopedista vão muito além dos ferimentos leves. “Fraturas expostas, entorses, fraturas dos ossos da perna e antebraço são comuns. Também podem ocorrer politraumatismos, fraturas de pelve, fêmur e coluna. Muitos desses casos podem necessitar de cirurgia, internação prolongada e meses de reabilitação”, afirma Maria Eduarda. O impacto se estende à vida profissional do paciente. Dependendo da gravidade, a recuperação pode comprometer sua capacidade de trabalho, principalmente em atividades que excluem exercício físico ou mobilidade constante.
Como mensagem final, a médica reforça a urgência de mudar comportamentos. “O celular pode esperar. Nenhuma mensagem, ligação ou informação vale uma fratura, uma cirurgia, uma internação, ou mesmo uma vida. Sempre optar por direção defensiva.”, finaliza.