Durante a 5ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, o presidente do Conass, Carlos Eduardo Oliveira Lula, sugeriu ao Ministério da Saúde a adoção de medidas estratégicas para garantir o abastecimento de medicamentos usados para a intubação de pacientes com Covid-19. Serviços de saúde relatam há quase dois meses dificuldades para a compra do produto. Está em curso um pregão, anunciado no mês passado pelo Ministério da Saúde, para o Registro de Ata de Preços, aderido por todos os estados e o Distrito Federal. O presidente do Conass, no entanto, alertou para a necessidade de o governo estar preparado para uma eventual demora no processo de aquisição. “Por precaução, tentaria acelerar um processo de compras com a Opas”, sugeriu.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que alternativas estão em discussão. Entre elas, justamente a aquisição por meio da Organização Pan-Americana de Saúde.
Estavam presentes no encontro, realizado em Brasília na tarde desta quinta, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde, Socorro Gross, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Ramos e o secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira, além de secretários do
ministério e assessores das instituições.
Durante a reunião, o presidente do Conass também chamou a necessidade da discussão em torno habilitação de leitos de UTI. Desde o início da pandemia, foram criados no País cerca de 11 mil leitos. Um número importante, observou Carlos Lula. Ele lembrou, no entanto, que alguns Estados do País passaram a ter pedidos recusados para renovação de leitos pediátricos de UTI. De acordo com ministério, a medida foi adotada por razões técnicas, baseadas na tendência de queda de novos casos registrados em alguns pontos do País.
O coordenador técnico do Conass, Fernando Cupertino, ressaltou, porém, que em algumas regiões a tendência é inversa. “Seria temerário não permitir habilitações de leitos pediátricos em regiões onde há necessidade”, observou.
O presidente do Conass também chamou a atenção para a necessidade de se discutir o futuro dos leitos abertos ao longo destes meses. “A população não vai querer que um respirador seja devolvido”, observou. Ele defendeu a manutenção das vagas, como um legado à sociedade. Mais do que isso, para o atendimento de uma necessidade que sempre existiu. “Sempre tivemos falta de leito de UTI”, observou. O secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, tem avaliação semelhante. Ele observou que os leitos serão indispensáveis para dar atendimento à população, sobretudo para cirurgias eletivas. A expectativa é de que haja um aumento importante da demanda no próximo ano. Por causa da Coviv-19, serviços desmarcaram operações já agendadas.
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