Projeto Viana: estudo aponta eficácia de meia dose da vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz

A meia dose da vacina Astrazeneca/Oxford/Fiocruz é tão eficaz e segura quanto a dose integral, tanto para a primeira dose quanto para o reforço. Esse foi o resultado do estudo “Projeto Viana”, publicado na conceituada revista científica internacional Frontiers in Immunology, no dia 29 de agosto.

O “Projeto Viana” foi desenvolvido na cidade de Viana, Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, para avaliar a capacidade de meia dose da vacina para reduzir o número de casos do novo Coronavírus. A iniciativa combina vacinação em massa com dose ajustada, acompanhamento da resposta imune e sequenciamento genético do coronavírus. A ação teve como público-alvo aproximadamente 30 mil pessoas entre 18 e 49 anos que não faziam parte do grupo prioritário estabelecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Para Nísia Trindade, a pesquisa mostra um avanço essencial para a definição de estratégias de vacinação, a fim de contribuir para a aplicação de mais doses de reforço, inclusive em eventuais campanhas anuais, e para um maior alcance da cobertura em nível global. “A dose fracionada é uma importante estratégia para aumentar o acesso às vacinas. Isso nos permite dobrar a oferta do imunizante, ajudando no acesso às vacinas para mitigar os efeitos do vírus no Brasil e também em regiões com menor cobertura vacinal”, disse Nísia Trindade, presidente da Fiocruz.

O presidente do Conass, Nésio Fernandes, afirma que com a comprovação desse estudo será possível vacinar o maior número possível de pessoas, e conta que a cidade foi escolhida por reunir as condições que atendem aos objetivos do projeto, como ser próxima e integrada à Grande Vitória, oferecendo facilidade logística. “Também pela grande mobilidade urbana, pois fica às margens da rodovia que dá acesso à Vitória, Minas Gerais e Rio de Janeiro – esse fator contribui para a situação epidemiológica de maior risco. O município possui rede de atenção à saúde bem estruturada e logística de vacinação organizada”, disse.

Sustentabilidade

A professora e coordenadora do projeto, Valéria Valim, reforça a importância do estudo e destaca que a pesquisa contribuirá, inclusive, para as ações de vacinação realizadas pelo Ministério da Saúde, no que se refere à sustentabilidade econômica das campanhas de vacinação. “A vacina tem um valor menor, é de produção nacional, feita por pesquisadores brasileiros e produzida no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse ela.

Valim disse ainda que a continuidade do projeto dará uma visibilidade maior para o país e permitirá avaliar a duração da imunidade, contribuindo para evidências sobre as estratégias de reforço em população saudável.

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