Nesta sexta-feira (12), profissionais de saúde participam de capacitação para atuar em casos de doenças inusitadas e contaminação por material biológico
Aumento da demanda e diagnósticos que podem fugir à rotina do médico brasileiro. Esses são só alguns exemplos de situações que precisam ser consideradas pela área da Saúde diante da agenda de grandes eventos no Rio de Janeiro. Para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) vai coordenar ações como um Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde, um grupo de respostas rápidas às possíveis ocorrências e a preparação de um levantamento sobre as doenças circulantes no país e no mundo.
Além disso, nesta sexta-feira (12/07) a SES reúne profissionais de saúde do estado, do governo federal e do município para abordar a vigilância sindrômica, estratégia que será utilizada durante a JMJ para aumentar a sensibilidade destes profissionais para detecção de casos suspeitos de doenças inusitadas, e casos de contaminação por material biológico. O treinamento será no Centro Estadual de Pesquisa do Envelhecimento, das 9h às 17h, na Avenida Padre Leonel Franca, 248, Gávea. A estimativa é reunir 100 profissionais de saúde que vão repassar as informações aos demais colegas de trabalho. As aulas serão ministradas pela Fiocruz.
— A ideia é sensibilizar e capacitar a rede de saúde para acionar os órgãos responsáveis para lidar com essas situações. Se a unidade de saúde está recebendo muitas pessoas com lesões na pele causadas depois de contato com algum material, pode ser um caso de contaminação por antrax, por exemplo. Os profissionais de saúde precisam estar atentos para identificar os casos e acionar os órgãos competentes — explica o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Alexandre Chieppe.
Com o objetivo de monitorar os atendimentos realizados nas unidades de saúde, o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde – formado por 10 profissionais das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde e do Ministério da Saúde – começa a atuar já na Semana Missionária, que antecede o evento, e encerra o trabalho somente 15 dias após o fim da JMJ, que acontece de 23 a 29 de julho. Coordenado pela SES, o grupo vai se reunir neste período no Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro, na Praça Onze, e monitorar os aspectos relacionados à identificação de doenças nas unidades de atendimento, verificando as notificações, o perfil e o número de atendimentos.
— Se a equipe verificar que uma localidade está recebendo casos de doenças relacionadas à ingestão de água contaminada, por exemplo, o grupo aciona a Vigilância Sanitária Municipal para ir ao local, recolher amostras da água, fazer testes e proceder de forma a evitar que outras pessoas bebam aquele produto — diz Chieppe, acrescentando que durante a Semana Missionária e a JMJ, o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) estará apto a receber amostras biológicas 24h por dia.
Resposta rápida para surtos – O mesmo acontece caso seja verificado um surto. Equipes de Vigilância Epidemiólogica irão ao local identificar os doentes, além das pessoas com quem eles tiveram contato, e tomarão as medidas necessárias para que o problema não se alastre ainda mais. O trabalho será feito pelo Grupo de Ação e Resposta Rápida, integrado por profissionais da Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, que também vai apoiar os municípios em caráter complementar. Caberá a essa equipe, disponível 24 horas, avaliar e adotar as medidas iniciais de controle de um surto, de uma epidemia e mesmo de algum desastre ambiental que envolva risco à saúde.
— Precisamos ficar em alerta porque está vindo gente de muitos lugares do mundo. Por isso é tão importante o monitoramento com relação a doenças que não existem no país e outras que podem voltar a existir — comenta Chieppe.
Lista de doenças – Para ajudar no diagnóstico de doenças inusitadas, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro (CIEVS-RJ) fez um levantamento das principais doenças circulantes no Brasil e no mundo e reuniu as informações em duas listas. A primeira reúne as principais doenças presentes nos estados brasileiros e a segunda aponta as doenças mais comuns que circulam no mundo. De acordo com Chieppe, as duas listas foram repassadas à rede de saúde.
O levantamento inclue doenças já erradicadas no Brasil ou com poucos registros nos últimos anos — como poliomielite, cólera e sarampo — e outras enfermidades ainda sem notificação no país, como chikungunya, por exemplo, transmitida pelo aedes aegypti, comum na Indonésia, Índia, Filipinas, Papua-Nova Guiné, no Gabão e no Iêmen. Outra preocupação é o H7N9, novo vírus da gripe, proveniente dos países da Ásia.
— O controle será feito através dos sintomas. Muitas doenças começam com febre e, dependendo da origem do paciente, fazemos o teste específico para alguma doença circulante no local. Esse é o grande desafio: descobrir de onde as pessoas vêm e preparar o serviço de saúde para estar alerta para identificar essas enfermidades — alerta Chieppe.
Vale ressaltar que todas as unidades de saúde do estado funcionam normalmente durante a Jornada Mundial da Juventude e estarão disponíveis para o atendimento de pacientes, de acordo com suas especialidades. O endereço de cada unidade do Estado está disponível no site da Secretaria de Estado de Saúde (www.saude.rj.gov.br).
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