Saúde alerta a sociedade para riscos do diabetes gestacional

A doença pode levar ao óbito fetal e deve ser evitada através de exames específicos

A gestação é um momento único para mãe e para o bebê que está em formação. Por isso, é extremamente importante que todos os cuidados sejam redobrados para que a gestação seja a mais tranquila possível. Pensando nisso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência na assistência às mães e aos bebês de alto risco no âmbito do Sistema Único de Saúde, alerta a população sobre os riscos causados pela Diabetes Gestacional, no Dia Nacional do Diabetes.

A Diabetes gestacional é uma condição metabólica exclusiva da gestação que se deve ao aumento da resistência à insulina causada pelos hormônios gestacionais. Essa resistência pode gerar hiperglicemia, aumentando o açúcar no sangue.

De acordo com o médico ginecologista chefe da patologia obstétrica da MNSL, Márcio Vinícius Carvalho Alves, todas as necessidades nutricionais e metabólicas do feto são supridas pela placenta. Por isso, o diabetes gestacional é uma doença que, por causa das modificações fisiológicas inerentes ao quadro, pode ser diagnosticada quando a paciente possui a glicemia alterada ou quando ela tem cerca de 24, 28 semanas de gestação, período em que começam a ser produzidos alguns hormônios pela placenta, dificultando a ação da insulina.

“O diabetes mais grave, se descontrolado, pode gerar óbito fetal. No caso da forma gestacional, somente a dieta controlada é a solução. Por isso, as mães precisam manter dieta saudável e atividade física para controlar”, explicou

Causas do Diabetes Gestacional 

Outro ponto ressaltado pelo médico ginecologista é que pacientes que já tiveram bebês macrossômicos (com 4kg ou mais), ou ainda pacientes com histórico familiar de diabetes e que ganharam muito peso durante a gravidez estão propensos a desenvolver o Diabetes Gestacional. “Mulheres que possuem síndrome dos ovários policísticos, ou o hormônio insulina não funciona de maneira adequada, têm o maior risco de desenvolver a doença”.

Outro fator que é importante explicar é que a existência da doença não condiciona a paciente ao internamento para a realização do parto. “Quando se chega a 37/38 semanas, é possível esperar que a gestação evolua espontaneamente até 40 semanas e a paciente entrar em trabalho de parto. Isso porque a paciente não usa insulina e não corre o risco do dismetabolismo (disfunção metabólica)”, atentou o especialista.

“A paciente que apresenta exames com resultados satisfatórios, tenta-se a melhor via de parto para a mesma, que é o parto normal. Caso não haja essa possibilidade, por constar nessa paciente um diabetes descompensado com o aumento de líquido amniótico, mau controle mesmo com o uso da insulina e crescimento exagerado do bebê, é indicado a interrupção da gestação por volta de 37 semanas”, alertou o ginecologista.

Estudos mostram com um percentual significativo de até 60%, que é possível o surgimento do diabetes clínico até 16 anos depois do parto. Deve-se fazer controle com sobrecarga de glicose com seis semanas pós-parto para observar a resposta do organismo da paciente com a ingestão da glicose.

Márcio Vinícius lembra ainda que o exame necessário para controle é a glicemia, no primeiro trimestre. Caso dê negativo abaixo de 92, é feita entre 24 e 28 semanas uma sobrecarga com glicose e aguardada a resposta do organismo. Se a resposta for adequada, temos alguns parâmetros. “Se algo estiver acima do que é determinado, consideramos como diabete gestacional”, conclui Márcio Vinícius.

Fonte: SES/SE