A hanseníase pode causar deformidade física e uma forma de ser evitada é com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato, para evitar o risco de sequelas e incapacidade física irreversíveis
Com os objetivos de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e detecção precoce da hanseníase e de desconstruir mitos e preconceitos com relação à doença, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) chama atenção para a campanha do Janeiro Roxo, alertando profissionais de saúde sobre a importância da realização de exames de pele durante as consultas e do encaminhamento dos pacientes às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no caso de detecção de sintomas.
Nesse contexto, a pasta tem realizado ações de educação continuada. Em 2023, foi ofertada uma capacitação para todos os coordenadores de Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária à Saúde (APS). Também houve capacitação para 150 profissionais da APS, direcionado a médicos e enfermeiros. A ação foi dividida em duas partes; nos municípios menos endêmicos, foi adotada a abordagem teórica, enquanto as cidades com maior incidência de casos também contaram com a avaliação de pacientes com suspeita de hanseníase.
Em Sergipe, o tratamento para hanseníase é realizado nas UBSs, com a Poliquimioterapia Única (PQT-U), em esquema de seis doses para os casos de paucibacilares (até cinco lesões na pele) e 12 doses para os casos multibacilares (mais de cinco lesões na pele). Pacientes com quadros mais crônicos, com suspeita de resistência medicamentosa ou que precisam ser tratados com esquemas alternativos são acompanhados por um dois serviços de referência estadual, o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) ou o Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário (HU).
Todo esse trabalho tem contribuído para que os casos da doença sejam identificados e tratados no estado. “Saímos de 323 casos novos em 2019 para 249 em 2020. Em 2021, tivemos 260 casos, e em 2022, 259 novos casos; dados parciais apresentam 295 casos novos em 2023. Esse aumento na notificação de casos é importante, porque a ampliação no diagnóstico aumenta a possibilidade do tratamento na fase inicial da doença, o que reduz a possibilidade de sequelas e incapacidade física”, explicou a referência técnica do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Maria de Fátima Dias.
Sobre a doença
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, podendo variar de dois até dez anos. A doença é transmitida pelas vias respiratórias: tosse e espirro. A fonte de transmissão da doença é a pessoa doente que ainda não iniciou o tratamento.
Aglomeração de pessoas em espaço com pouca circulação de ar facilita a transmissão da hanseníase. Porém, a doença não é transmitida por abraços, aperto de mão e carinho. Não há necessidade de separar talheres, pratos, copos e roupas. A hanseníase pode causar deformidade física, que pode ser evitada com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato, para evitar o risco de sequelas e incapacidade física irreversíveis. Por isso é importante buscar a unidade de saúde aos primeiros sinais.
Sinais e sintomas
Entre os sinais e sintomas que podem ser indicativos da doença são manchas esbranquiçadas, avermelhadas, amarronzadas; áreas da pele em qualquer parte do corpo com perda ou diminuição da sensibilidade ao calor, a dor e ao tato; caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos; engrossamento do nervo que passa no cotovelo, levando a perda da sensibilidade e/ou diminuição da força do quinto dedo; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés; e áreas com diminuição dos pelos e do suor.
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Fonte: SES/SE