Em Portugal, Conass participa de debate sobre Medicina Tropical e Desenvolvimento Sustentável

Fernando Cupertino, coordenador técnico e assessor para Relações Internacionais do Conass, participou na quinta-feira (20), em Portugal, do 6º Congresso Nacional de Medicina Tropical. Ele proferiu conferência em que propôs reflexões sobre a evolução do pensamento biomédico e os desafios atuais do mundo globalizado no contexto da medicina tropical e do desenvolvimento sustentável.

Cupertino observou que a globalização produziu reflexos sobre a saúde global das populações, determinando impactos sociais, políticos, econômicos e sanitários, bem como nos direitos humanos e nos valores éticos da justiça, da equidade, da solidariedade e da responsabilidade social. “No entanto, os reflexos e consequências desse fenômeno não atingem a todos de igual maneira. A globalização pode ser causa de impactos nocivos à saúde das populações, especialmente quando pensamos na mudança dos hábitos alimentares, ao envelhecimento, à saúde mental e à rápida disseminação de doenças infecciosas, em razão das viagens internacionais”, enfatizou.

A pandemia da Covid-19 também foi mencionada pelo coordenador técnico. Para ele, a pandemia é encarada por muitos estudiosos como uma sindemia e caracteriza-se como um processo de transmorbidade entre o vírus e outras condições de saúde, com a superveniência das desigualdades sociais manifestadas nos aspectos da renda, da raça e de gênero.

Ele chamou a atenção para uma nova dimensão da saúde global, chamada de One Health,, ou Saúde Única em português, surgida a partir das evidências sobre a relação entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental.

A partir desse ponto de vista, Cupertino pontuou algumas reflexões, como a necessidade urgente de uma articulação entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental. “Precisamos que medidas governamentais sejam adotadas com seriedade e com celeridade”, disse citando em seguida o combate às diferentes formas de desigualdades.

Reformular a formação da força de trabalho, a promoção do desenvolvimento sustentável sem a exploração dos mais fracos, o combate e controle de doenças negligenciadas também foram pontuados. “Estou convencido de que um maior engajamento dos países desenvolvidos nessa direção poderia potencializar, em muito, os resultados até agora alcançados. Temos de envidar esforços para que esses progressos se façam com maior velocidade e em maiores proporções, de modo a superar situações que afligem as populações mais pobres”, concluiu.

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