Estrutura da Força Aérea Brasileira reforça rede de atendimento da Secretaria de Saúde
O hospital de campanha (Hcamp) da Força Aérea Brasileira (FAB) já está em operação em Ceilândia, próximo à Feira do Produtor. Os primeiros atendimentos ocorreram na manhã desta segunda-feira (5) e a estrutura militar deve permanecer como uma das opções para assistência a pacientes com sintomas de dengue pelos próximos 45 dias. Funcionando 24h, o espaço possui capacidade de atender até 600 pessoas diariamente. A inauguração contou com a presença de representantes da FAB e do Governo do Distrito Federal (GDF).
O primeiro paciente a ser atendido foi o corretor de imóveis Wilson Lopes, de 57 anos. Morador de Samambaia, ele passou o fim de semana com sintomas da dengue, como febre e dores no corpo. Hoje, decidiu procurar orientação médica e foi atendido às 10h10. “Soube da inauguração pela televisão. O atendimento foi muito bom e rápido”, relatou. Ele saiu do Hcamp com indicações dos remédios necessários para fazer a hidratação em casa e superar as dores.
O subdiretor de Saúde da Aeronáutica, brigadeiro Maurício Braga, explica que o papel do hospital de campanha é reforçar a capacidade de atendimento da Secretaria de Saúde (SES-DF) no DF. “Vamos atender pacientes de baixa complexidade a fim de desafogar as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e hospitais. Iremos fazer o tratamento inicial e a hidratação rápida”, detalha.
A instalação do Hcamp, realizada no último fim de semana, contou com o apoio de órgãos do GDF, como a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e a Administração Regional de Ceilândia. Além disso, todo o trabalho ocorre de maneira integrada com a SES-DF. “A missão de todos nós aqui é servir, é cuidar”, afirmou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. A pasta também dá apoio logístico ao funcionamento do espaço, como o fornecimento de testes e medicamentos.
Portas de atendimento
Apesar de poder atender pacientes de todo o Distrito Federal ou mesmo de municípios do entorno, o Hcamp se soma à rede de 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e às nove Tendas da Dengue instaladas junto a administrações regionais de localidades com alto índice de pacientes: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia, Sobradinho, São Sebastião, Estrutural, Recanto das Emas, Brazlândia e Santa Maria. Os espaços funcionam todos os dias, das 9h às 19h.
Todas essas opções podem ser procuradas por quem estiver com sintomas como dor no corpo, manchas vermelhas na pele, diarreia, dor de cabeça e febre. É possível tanto obter uma receita médica com a indicação de medicamentos quanto receber hidratação imediatamente, de acordo com a avaliação da equipe de saúde. “Não há porta especifica: a porta de entrada é a que estiver mais próxima do paciente com sintomas de dengue. Se para o mosquito não há limites, para nós também não há”, reforçou a secretária de saúde.
As UBSs, as tendas e o Hcamp contam ainda com o apoio de ambulâncias do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a remoção de pacientes que apresentem sinais de agravamento, como vômitos persistentes, dores abdominais e sangramentos. Nestes casos, a assistência é dada em um dos hospitais ou das UPAs da rede pública.
Ações integradas
O governador do DF, Ibaneis Rocha, destacou as ações realizadas para o enfrentamento à epidemia e a importância do envolvimento da população. “Oferecemos todos os recursos, testes rápidos e hidratação para evitar um mal maior aos pacientes. Vivemos um momento de emergência. Pedimos apoio de toda a população. Não deixem lixo espalhado pela cidade e vamos evitar criadouros do mosquito da dengue dentro das casas”, pediu.
A vice-governadora, Celina Leão, também presente durante a visita, elogiou a agilidade da FAB para iniciar os atendimentos – menos de uma semana após a solicitação do auxílio -, e ressaltou os esforços do GDF para enfrentar a dengue, tanto no combate ao mosquito quanto no acolhimento dos pacientes. “Nos estamos encarando esse problema de frente. O governo não irá parar até que esses casos de dengue sejam diminuídos em todo o DF”, completou.
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Humberto Leite, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura