Dados do Ministério da Saúde mostram que mesmo após a cura da COVID-19, cerca de 40% dos doentes continuam com algum tipo de sintoma ou desenvolvem novos problemas ligados à doença, depois que deixam as UTIs ou enfermarias. E com o objetivo de garantir a recuperação completa destes pacientes, mais uma medida importante está sendo colocada em prática.
Trata-se do Serviço de Assistência Fisioterapêutica Cardiovascular e Pneumofuncional, implantado na CMECM (Clínica Médica Especializada Coronel Mota). O serviço é direcionado aos pacientes em tratamento pós-COVID-19 que necessitam de assistência devido as sequelas provocadas pela doença. O serviço foi implantado em dezembro e é realizado de segunda a sexta-feira, de manhã e de tarde. O acesso às sessões é possibilitado de acordo com a necessidade de cada paciente, conforme o grau de complexidade.
Segundo a coordenadora e fisioterapeuta, Thyene Almeida, são atendidos os pacientes que receberam alta da COVID-19 e após passar por avaliação com o médico infectologista, pneumologista ou cirurgião torácico, recebem o encaminhamento para reabilitação pulmonar com fisioterapeuta, devido às sequelas deixadas pelo vírus.
“O tempo de reabilitação dos pacientes vai depender da gravidade das sequelas, da idade e da presença de outras comorbidades, por isso é importante que os pacientes que já tiveram o COVID-19 fiquem atentos a qualquer agravo, principalmente os pacientes que passaram pela Unidade de Terapia Intensiva”, esclareceu.
Para a ginecologista, Márcia Monteiro Rodrigues, que trabalha na Maternidade trazendo vidas ao mundo, passar por uma internação por conta da COVID-19 é como nascer novamente, e a fisioterapia como forma de tratamento para as sequelas da COVID-19 vem sendo fundamental na recuperação completa.
Márcia teve mais de 75% do pulmão comprometido, ainda na UTI recebeu o acompanhamento de fisioterapia e já percebe as mudanças após iniciar a fisioterapia pulmonar.
“Faz pouco mais de um mês que eu estou fazendo fisioterapia, e eu senti uma melhora muito grande na minha parte muscular, eu consigo escrever o meu nome, falar por mais tempo, me canso menos e não durmo toda hora por conta do cansaço excessivo, agora já consigo fazer minhas coisas em casa, e gradativamente estou conseguindo voltar a normalidade”, complementou.
Para os pacientes encaminhados pelo HGR por meio do NIR (Núcleo Interno de Regulação), o protocolo de reabilitação é construído a partir de uma avaliação detalhada feita por um fisioterapeuta, com a realização de testes e escalas para avaliar a função respiratória, assim, a equipe consegue estabelecer os objetivos e traçar condutas precisas.
“Na fisioterapia respiratória ambulatorial, é realizada técnicas de higiene brônquica, prevenindo e tratando as complicações pulmonares por meio de manobras e técnicas específicas de expansão pulmonar, além dos agravos cinéticos funcionais pela permanência nas unidades de Terapia Intensivas-UTI’s”, ressaltou a fisioterapeuta.
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Foto e texto: Ascom/Sesau